Glória

Sensibilidades em glória

O Roteiro de Sensibilização Urbana foi levado ao bairro da Glória, chegando até aos seus arredores na Lapa.

Convidada pela Prof. Luciana Amorim, da FAU-UFRJ, levei os alunos da disciplina Estudos Sociais para caminharem pelas calçadas, ruas e praças destes bairros, atentos às sensações físicas e emocionais que aquele percurso provocava.

Distribuí pranchetas com folhas e canetas, para que mapeassem estas percepções e sensações.

Como bons estudantes de arquitetura e urbanismo, muitos participantes se empreenderam logo na tarefa de desenhar o que viam, exercício mais que natural para apreensão e compreensão da forma arquitetônica e urbana. Outros participantes já mesclaram desenhos à escrita e alguns se detiveram apenas à escrita. A ambiência geral do percurso foi muito bem representada pelos lindos desenhos, mas, na maioria das vezes, foi através da palavra ou de desenhos bem simples e bem despretensiosos que a sensibilidade veio à tona.

A riqueza de percepções, vindas tanto do olhar, como do olfato, da escuta e do tato compuseram uma ambiência que mesclou diferentes sentimentos como medo, tristeza, alegria, acolhimento ou repulsa, que, os quais, muitas vezes, co-existiram numa mesma esquina, praça ou beco.

Coloco aqui parte do que interpretei a partir das cartografias de sensibilidades produzidas no roteiro:

Palavras que desenham ruas, que ilustram sensações

de uma glória passada e presente

que aleatoriamente dispõe contrastes,

nos quais escorregamos sem ver.

Muita transição, pouco estar.

Um milhão de sons

de um dia que começa ou termina com copos batendo 

e no meio do nada, o que tem?

No balanço, tentamos nos equilibrar,

sentindo as pequenas felicidades do dia-a-dia

para não deixar o medo parar.

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