Os roteiros são formas de captar e compartilhar sensibilidades na e sobre a cidade. Caminhar na cidade, atento às sensações que ela evoca é ir contra ao processo natural que temos de nos blindar aos seus estímulos incessantes, de automatizar o movimento e o corpo à passagem estritamente funcional e racional pelo espaço urbano.
Inspirado nas técnicas da Internacional Situacionista[1]– na deriva e na psico-geografia-, a artista conduz um grupo de pessoas pela cidade, propondo a percepção deste percurso a partir dos sentidos, estímulos corporais e sentimentos. As pessoas descrevem suas percepções num bloco de notas, criando seus mapas e descrições sensoriais da cidade. As percepções são compartilhadas e debatidas ao final do percurso, no sentido de provocar reflexões sobre como o ambiente urbano induz e conduz nossas sensações e formas de estar na cidade e sobre como podemos atuar nela.
Os mapas e as escritas dos participantes são coletados, juntamente com gravações dos sons da cidade no percurso, pe servem de subsídio para a criação das ações performáticas que traduzem em paisagens sonoras e de movimentos estes locais e estas sensações.
Veja os roteiros já realizados na aba do roteiro de sensibilização urbana, no menu do Expressando Cidades.
[1]A Internacional Situacionista foi um grupo de artistas e intelectuais, criado na década de 1950 e liderado por Guy Debord, que via a cidade como um espetáculo alienante para o consumo e que propunha exercícios, experiências, para conectar com os desejos reais e para agir na cidade de forma coletiva e criativa.
expressing cities 